Conversas sobre Ciência Cidadã
Com Maria Fernanda Rollo, Professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Fernanda Rollo exerceu ainda, de 2015 a 2018, as funções de Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tendo sido responsável pela organização do 1º Encontro Nacional de Ciência Cidadã.
Em 2017, quando era Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
organizou o 1.o Encontro Nacional de Ciência Cidadã (ENCC). Passados 8 anos, como vê a
evolução da comunidade de Ciência Cidadã em Portugal?
O 1.o Encontro Nacional de Ciência Cidadã, em outubro de 2017, foi um momento
importante, porventura fundador. Não apenas pela adesão e pelo entusiasmo das
pessoas, que foi fantástico, mas sobretudo porque, pela primeira vez em Portugal, a
ciência cidadã foi assumida explicitamente como um espaço público e de política pública,
ou no mínimo, de compromisso político.
Nesse encontro discutiram-se conceitos, partilharam-se casos profundamente
inspiradores e tornou-se visível algo que até então permanecia muito fragmentado:
existia já um tecido vivo de práticas de ciência cidadã, enraizadas em territórios,
instituições culturais, escolas, museus, associações, projetos ambientais e sociais, muitas
delas anteriores à própria consolidação do conceito no debate político. O encontro
permitiu reconhecer e valorizar essas práticas, promovendo um espaço comum de
reflexão crítica sobre a sua relevância e significado.
O Encontro assumiu a ambição de uma Estratégia Nacional para a Ciência Cidadã, cujo
desenho (junto) ainda se mantém conceptualmente sólido. O objetivo era reconhecer
projetos, estruturar comunidade, criar condições institucionais e evitar uma visão
redutora ou meramente instrumental da participação dos cidadãos.
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| Year of publication: | 2025 |